quarta-feira, 3 de setembro de 2008


Somente hoje concluí
Que tão pouco sei de ti
E como não sei, invento
Vou construindo, tecendo
Uma imagem definida
Escolho as cores,
Os fios, a trama
Quase que ouço o ruído
Do tear que utilizo,
Com que teço a minha teia
Onde me perco e me encontro
Trabalhando dia e noite
A inventar-te e a sonhar
Pouco a pouco sei de ti
Aquilo que nunca vi
Nunca ouvi, não me disseste
E nas conversas que temos
Em silêncios que mantenho
Vou procurando sentidos
Para o sentir sem sentido
Sou feliz e entristeço
Estou em paz, em fúria, em guerra
É madrugada, manhã
Entardecer, noite escura
E em longos devaneios
Invento, construo, encho
Torno real e palpável
Isto que sinto por ti.

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